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12 de junho de 2019

Mitos e verdades sobre a Psicanálise

por Armando Tomazzoni Jr.

Mitos e verdades sobre a Psicanálise

Existem muitos mitos em torno da psicanálise. Antes de consultarem um psicanalista pela primeira vez, muitas pessoas se questionam sobre coisas que ouvem por aí – por exemplo, que a psicanálise é para pessoas loucas, ou que ela não traz resultados. Será?

Abaixo, explico alguns mitos e verdades sobre a análise pessoal. Confira!

 

  • A psicanálise é coisa de gente louca. Mito ou verdade?

 

MITO. São muitos os motivos pelos quais uma pessoa pode buscar um psicanalista, como estresse no trabalho, padrões de relação fracassados ou destrutivos, depressão, ansiedade, distúrbios de personalidade, problemas relacionados à autoidentidade e à sexualidade, entre outros. Muitas pessoas também buscam o tratamento após uma perda significativa, como o divórcio ou a morte de um ente querido, ou mesmo por causa de problemas relacionados a um evento traumático, como um abuso na infância ou na adolescência.

A psicanálise é, acima de tudo, uma ferramenta de autoconhecimento, que promove entendimento, autoconfiança, capacidade analítica, superação e cura através da palavra. É indicada a pessoas de todas as idades que tenham questões a serem trabalhadas, e também a quem possui sintomas de estresse, depressão, ansiedade, síndrome do pânico, fobias, compulsões, transtornos afetivos e/ou alimentares, dificuldades de comunicação e/ou de relacionamento, entre outros.

 

  • O tratamento psicanalítico pode durar anos. Mito ou verdade?

 

VERDADE. Não vou mentir: o tratamento é longo, e algumas pessoas seguem em análise a vida toda. A psicanálise não é uma pílula da felicidade – e, na verdade, os antidepressivos também não são. Vivemos em uma época em que as pessoas buscam soluções instantâneas para suas questões, e foi neste contexto que o negócio de medicamentos psiquiátricos saltou de 80 milhões por ano em 1985 para 40 bilhões por ano em 2015.

O problema com essas drogas é que elas atuam nos sintomas, e não na causa do sofrimento, que ressurge depois que o efeito da medicação passa. Segundo Peter Gay – psicanalista, historiador, professor emérito da Universidade de Yale e autor da biografia de Freud “Uma Vida para o Nosso Tempo” –, “ninguém tem dúvidas de que muitas das novas drogas podem aliviar os sintomas de diversas doenças da mente. Mas elas não podem curar ninguém. A técnica do tratamento pela fala, criação de Freud, é e permanecerá essencial”.

Isso não significa que a análise pessoal é melhor do que a medicação, e sim que ambas podem trabalhar juntas, cada uma exercendo sua função e influenciando a outra – de acordo com Renato Mezan, psicanalista e professor da PUC de São Paulo, “não há nenhuma incompatibilidade entre as duas, ao contrário: drogas como os antidepressivos podem ajudar a criar melhores condições para que o paciente possa ser analisado”.

 

  • A psicanálise não é uma ciência. Mito ou verdade?

 

DEPENDE. Ainda não há um consenso sobre se a psicanálise deve ou não ser considerada uma ciência, dado que existem diversos conceitos para “ciência”, tornando o tema bastante abrangente. Por muito tempo, a eficácia da psicanálise foi questionada, devido a um debate sobre sua cientificidade. Diversos fatores contribuíram para isso, como a exclusão de termos como “histeria” e “paranoia” – fundamentalmente freudianos – do Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a chegada das neurociências, a criação de novos antidepressivos, entre outros.

Segundo Christian Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP, “como método de tratamento, a psicanálise apresenta resultados, como método de pesquisa, ela se inscreve no circuito universitário, e como teoria, ela é discutida como um caso controverso, quiçá em parte científica em parte não. Ocorre que esse tipo de análise deveria incidir em todos os campos da ciência, da economia à física e da geografia à geologia. Fazer ciência é sempre descobrir conceitos, redescobrir articulações hipotéticas equivocadas, reformular teses e reagrupar evidências”.

 

  • A psicanálise não funciona. Mito ou verdade?

 

MITO. Pelo fato de a análise pessoal ser totalmente centrada no indivíduo, e cada indivíduo ter sua singularidade, há uma dificuldade em mensurar seus resultados – o que não deve ser confundido com ausência de efetividade. No entanto, um estudo realizado pelos pesquisadores Leichsering e Rabung, e publicado no Journal of American Medicine, demonstrou que a psicanálise não apenas funciona, como também apresenta resultados superiores a outras terapias para a maioria dos diagnósticos, inclusive para autismo, psicoses e depressão.

Outro estudo, realizado pelo brasileiro Julio Peres e publicado no Journal of Psychological Medicine, demonstrou que a conversa modifica o funcionamento do cérebro. No estudo, 16 pacientes que sofreram estresse pós-traumático parcial passaram por 8 sessões de psicoterapia. Ao final do tratamento, foram realizados exames de tomografia, que mostraram que esses pacientes apresentaram maior atividade no córtex pré-frontal, que está envolvido com a classificação e a “rotulagem da experiência”. Por outro lado, a atividade da amígdala, que está relacionada à expressão do medo, foi menos intensa. Isso reforça a ideia de que falar sobre o problema ajuda pessoas que sofreram traumas a lidar melhor com suas dores.

 

  • Analistas são frios e distantes. Mito ou verdade?

 

DEPENDE. A escuta é importante e faz parte do processo de análise pessoal, mas existem diversas linhas e abordagens de psicanálise <link linhas de psicanálise>, e isso pode acontecer dependendo da linha seguida pelo psicanalista. Analistas lacanianos, por exemplo, podem se encaixar nesse estereótipo, pois tendem a ter uma postura mais direta e impessoal, não respondendo perguntas, não falando sobre eles mesmos e não emitindo opiniões.  Já os que seguem o freudianismo clássico são mais sóbrios e se comportam de uma forma mais neutra, trocando pouco com o analisando. Por outro lado, os analistas winnicottianos têm uma postura mais próxima e ativa, e a troca deles com o analisando é maior.

No entanto, a maioria dos analistas não trabalha com uma única corrente, mas com uma combinação única entre elas, que varia de acordo com as questões e a individualidade de cada paciente. A análise pessoal é o resultado do encontro entre o analista e o analisando e, por isso, sempre reforço que o mais importante é se sentir à vontade durante o tratamento e escolher um psicanalista de acordo com a confiança, a segurança e a empatia sentidas nos primeiros encontros.

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